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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Mario Quintana - Bau de Espantos

Com Baú de espantos, Mario Quintana revisita sua infância e a própria poesia, buscando a valorização da experiência do cotidiano. A obra foi publicada em 1986, quando o poeta completou 80 anos.

Não foi sem razão que o p´roprio Mário Quintana denominasse este livros como Baú de Espantos, pois confessou também se espantar com o que havia dentro dele. Como escreveu Affonso Romano, ele vai dizendo coisas líricas e terríveis como essa.

Os poemas contidos no livro são o resultado de uma criteriosa seleção, procurando abranger todas as fases da produção do poeta e fornecer uma visão abrangente de sua obra. Entre eles estão alguns de seus versos mais conhecidos, aqueles que caíram no gosto dos leitores e se difundiram de boca em boca. Poemas como "As mãos de meu pai", "Bucólica", "Dorme ruazinha", "Surpresas" e "Vidas" estão entre eles e me parecem alguns dos altos momentos do poeta. Os poemas foram colhidos em diversos livros do autor.

A obra tem 99 poemas até aquela data inéditos, havendo inclusive escritos de sua juventude, como o poema "Maria", de 1923, quando ele tinha 27 anos, o que confere ao livro uma estrutura de rigorosa montagem e um caráter especial.

Pertencente à segunda geração do Modernismo, Mário Quintana incorporou em sua poesia o bom-humor, o coloquialismo e a brevidade característicos das vanguardas modernas.

Quase todos os poemas desta coletânia são breves e em versos livres, mas há sonetos (alguns com métrica e rima) e mesmo poemas em quadras com versos heptassílabos e rimados.


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