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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Balzac - O elixir da longa vida

A história contada por Balzac em 1830 inicia-se narrando a cena de uma luxuriante festa realizada no palácio de Ferrara, numa noite de inverno, onde residia don Juan Belvidero. No auge da embriaguez de todos os que figuravam no festim, surge numa porta um velho criado que com ar triste anuncia que Bartolomeo Belvidero, pai de don Juan, está na cama à beira da morte. Imediatamente o anfitrião perde a alegria, tal como quem abandona um guardanapo usado e sai do salão à procura do pai, deixando atrás de si uma festa de clima frio e opaco. Don Juan chega ao leito do mortiço com a alma cheia de arrependimento, contrastando com a tranqüilidade do pai, o qual nunca se desgostara das festas depravadas e da vida esbanjadora que o filho único levava.
“Que remorsos eu sinto, meu pai! Se fosse possível restituir-te a vida dando uma parte da minha!”
“Eu bem sabia, meu filho, que podia contar contigo”, exclamou o moribundo. “Eu viverei. Vai, serás feliz. Eu viverei, mas sem retirar um único dos dias que te pertencem.”

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